A Importância de ter processos de Design em Todas as empresas
Na minha carreira como Designer já tive a oportunidade de atuar em diferentes empresas participando de mercados bem distintos, seja na atuação ou em seus tamanhos, mas um ponto que em todas as minhas experiências é necessário se falar, é sobre processos de Design.
Digo isso porque esses processos são importantes internamente para um time de design, mas também são importantes para fora do time, dentro de uma empresa no geral. E por mais que seja bem difícil de se ver esse tema em qualquer escopo de vaga para Designer que se encontrar, até nos mais loucos deles, ele é muito importante para o dia a dia de um Designer, ainda mais em um mercado que por muitas vezes não apresenta uma grande maturidade para lidar com disciplinas que fogem o escopo de empresas operacionais mais tradicionais como é bem comum no Brasil.
Por isso trago esse texto com alguns temas que são sempre importantes de serem ressaltados pelo time de Design, não importando o contexto que se esteja, para se mostrar a importância de ter Designers em projetos e realmente vender dentro da empresa a necessidade que se existe de seguir processos na área onde atuo.
Por que precisamos de processos de design?
Essa é uma pergunta que muitas áreas de empresas se fazem, especialmente aquelas com equipes de design em desenvolvimento. No entanto, a resposta é clara: um bom processo de design é fundamental para o sucesso de qualquer projeto, como evidenciado pelo modelo que usamos e estamos expandindo cada vez mais pela Cogna.
Definindo Expectativas Claras
Um dos principais benefícios de um processo de design bem definido é a clareza que ele proporciona. Quando uma empresa compartilha com todos como o processo será conduzido, cria um entendimento mútuo sobre as etapas e os prazos. Isso não apenas elimina confusões, mas também estabelece um senso de confiança entre ambas as partes.
Não são todas as pessoas de uma companhia que têm conhecimento detalhado sobre o que envolve o desenvolvimento de um produto. Um processo claro, como o da Cogna, educa a todos sobre as entregas e etapas necessárias, mostrando onde o tempo determinado nos prazos está sendo aplicado. Essa transparência ajuda a mitigar mal-entendidos e garante que todos estejam na mesma página desde o início.
Reduzindo Riscos de Falha
Outro motivo crucial para implementar um processo de design é a mitigação de riscos. Projetos que seguem processos bem definidos têm maior probabilidade de sucesso, pois abordam não apenas o design visual, mas também a usabilidade, funcionalidade e pesquisa de mercado. Produtos criados sem base sólida de pesquisa ou com pouca atenção à experiência do usuário correm o risco de falhar, independentemente de sua estética.
Um exemplo claro disso é a estrutura de Estratégia de UX da Cogna, que inclui etapas específicas para pesquisa e definição de objetivos antes que o design propriamente dito comece. A fase inicial de exploração permite identificar potenciais problemas e desafios, evitando surpresas em estágios avançados do projeto, onde mudanças são mais caras e complexas.
O Processo de Design da Cogna: Um Modelo de Sucesso
Temos por aqui exemplos de como um processo bem estruturado pode atender às diversas necessidades de um projeto. Um modelo é dividido em duas partes principais: Estratégia de UX e Design de UI, cada uma com objetivos e etapas claras.
Estratégia de UX
A fase de Estratégia de UX busca estabelecer os fundamentos do projeto antes mesmo de começar a projetar. O objetivo é entender profundamente os requisitos de negócios, os desejos dos usuários e o contexto em que o produto será usado. Dividida em duas subfases — Explorar e Sintetizar — , esta estrutura prioriza pesquisa e planejamento para criar uma base sólida.
- Explorar: Essa fase é centrada na coleta de informações essenciais, usando ferramentas como workshops iniciais, pesquisas com usuários e auditorias de conteúdo. É aqui que a empresa amplia seu entendimento sobre o problema a ser resolvido.
- Sintetizar: Depois de coletar informações, a equipe passa a focá-las, criando histórias de usuários e mapas de produtos. Esse alinhamento estratégico ajuda a moldar o escopo do projeto e a definir expectativas realistas.
Design de UX
Enquanto a Estratégia de UX trata da exploração e definição do escopo, o Design de UX é responsável pela materialização do produto. Essa fase transforma insights em experiências reais, combinando design de interface, estética visual e validação de usabilidade.
As quatro subfases dessa estrutura são: Design de Interfaces, Design Visual, Análise de Usabilidade e Design para Produção.
- Design de UX: Focado na criação de wireframes e fluxos de interação, essa etapa define a experiência do usuário. É um processo iterativo, com a equipe testando diferentes abordagens para garantir a melhor solução.
- Design Visual: Aqui, a interface toma forma com visuais de alta fidelidade, dando vida ao design inicial. Essa fase considera tanto a estética quanto a funcionalidade, criando uma experiência agradável e intuitiva.
- Análise de Usabilidade: Prototipagem e testes de usabilidade são realizados para validar as decisões tomadas nas fases anteriores. Isso garante que o produto atenda às expectativas e seja eficiente para os usuários finais.
- Design para Produção: Após as aprovações, são criados guias de estilo e especificações detalhadas para auxiliar os desenvolvedores na implementação. Essa documentação é essencial para manter a consistência durante a produção.
Flexibilidade e Adaptação
Embora o processo da Cogna seja robusto, ele também é flexível, permitindo ajustes conforme o projeto. Esse equilíbrio entre estrutura e adaptabilidade é um dos segredos para um design bem-sucedido. Um bom processo não é rígido; ele deve se ajustar às necessidades específicas de cada cliente e contexto.
Por exemplo, nem todos os projetos exigem uma análise de usabilidade aprofundada ou prototipagem complexa. Para alguns casos, etapas podem ser simplificadas, desde que a qualidade final não seja comprometida.
Como ter entregas de design que geram valor para todos
Ao se investir em processos de design dentro de uma empresa, na verdade, está se investindo no sucesso de seus projetos e na satisfação dos usuários. Um processo bem estruturado oferece clareza, reduz riscos e assegura que o produto entregue atenda às necessidades do mercado.
O exemplo que vivencio hoje na Cogna ilustra como um processo de design pode ser uma ferramenta poderosa para alinhar expectativas, educar diferentes áreas que não são próximas no dia a dia e criar soluções inovadoras. Essa abordagem, dividida entre estratégia e execução, demonstra a importância de trabalhar em projetos de forma sistemática e com o máximo de informações.
Mas por fim, cada empresa deve encontrar ou desenvolver um processo que funcione para ela. O que funciona para a Cogna pode não ser ideal para outras organizações, mas o princípio central permanece: um processo forte e flexível é a chave para transformar boas ideias em grandes produtos.
Thiago Rezende,
Product Designer em Cogna — Linkedin: in/rezende-thiago